Vida, vida minha
Recluso estou
Antes em cortiços apertados
Hoje, apartado em solidão
Antes olhava pro céu do meu sepulcro
Hoje nem nuvens neblinadas
Agora estou a ver navios na minha
baia alagada
Passageiro que sou da minha
embarcação sem leme
Estou muito mais pra cobaia
Que a-luno, pois turva-me a vista
Dói meu ser
Separada alma que vaga
Pois de tanto vagar, poder-se-ia ser
vaga-bunda
Com os meus porões cheios de tudo que
inseto
Vivo num labor sem fim
Talvez, de vez enquanto precise de ar
Pois o juízo final é aqui mesmo
Onde laboro e sangro, mesmo que sem
ferida aparente
No meu peito verte
Nilson Ericeira
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