11/09/2023

Vida labor-atório

Vida, vida minha

Recluso estou

Antes em cortiços apertados

Hoje, apartado em solidão

Antes olhava pro céu do meu sepulcro

Hoje nem nuvens neblinadas

Agora estou a ver navios na minha baia alagada

Passageiro que sou da minha embarcação sem leme

Estou muito mais pra cobaia

Que a-luno, pois turva-me a vista

Dói meu ser

Separada alma que vaga

Pois de tanto vagar, poder-se-ia ser vaga-bunda

Com os meus porões cheios de tudo que inseto

Vivo num labor sem fim

Talvez, de vez enquanto precise de ar

Pois o juízo final é aqui mesmo

Onde laboro e sangro, mesmo que sem ferida aparente

No meu peito verte

  Nilson Ericeira

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