Tabuleiro velho
Pé de ferro
Martelo a martelar durante o dia
Torquez, corta-bico, ‘ponço’ e outros mais
Bota, botinas, chuteiras, colegiais
Na entrada, a Santa perpétua nos presta atenção
Que não desviava por um segundo o seu olhar sobre a prole
O fogão à lenha na espera de algum alimento
As bocarras famintas esperavam um milagre
Do rio, um vento frio varava cerca velha de marajás
Nos cantos, tarrafas, anzois. remos e malhas...
No meio, cortes de sola virgem aguardam um ‘artista’!
Logo a modelar com seus moldes eternos
Em algum, uns pés virgens a desbravar os nossos caminhos...
No interior do casebre, o odor de cola a exalar
E o martelo a retinir no pé de ferro
Sobre as pernas finas e fortes do meu velho pai
Ali, nunca se se têm histórias em monólos
Pois logo mais um a prosear
Eram histórias que não acabavam mais
Cápri e feroz assistiam a tudo, num terreiro habitado por centenas de ovelhas
Francamente, escutávamos o retinir do sino da matriz despertar
Enquanto no tabuleiro, nosso banco popular já nos animava
Engraxate: agulha fina e agulha grossa, tiram-se os arranhões!
Assim que a vida pariu oito bruguelos
Nilson Ericeira
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